Título:
Madama Butterfly
Subtítulo:
Representação da Opera em 3 quadros de e L. Illica G. Giacosa Musica de Giacomo Puccini
Data inicial:
23/08/1940
Data final:
23/08/1940
Transcrições:

[p.2]

 

Teatro Municipal Agosto-Setembro 1940

Grande Companhia Lirica Oficial Autonoma 

Sob os auspicios da Prefeitura Municipal 

Organização Geral do Maestro Silvio Piergili

 

Elenco Artistico

(<strong>Por ordem alfabetica dos sobrenomes</strong>)

 

Maestros: consertadores e diretores de orquestra:

 

<strong>Armando Belardi — Arturo de Angelis — Gennaro Papi</strong>

 

Outro Maestro:

 

<strong>José Torre</strong>

 

Maestro de Côro:

 

<strong>Gabriel Migliori </strong>

 

Regisseur:

 

<strong>Mario Girotti</strong>

 

Maestro do Coro Infantil:

 

<strong>Sisto Mechetti</strong>

 

Ponto:

 

<strong>Luigi Bellobono</strong>

 

Sopranos:

<strong>Matilde Arbuffo </strong>

<strong>Heloisa de Albuquerque</strong>

<strong>Alayde Ferraz de Camargo</strong>

<strong>Maria de Sá Earp</strong>

<strong>Helena Gille</strong>

<strong>Norina Greco</strong>

<strong>Toshiko Hasegawa</strong>

<strong>Nanita Luz</strong>

<strong>Zinka Milanov</strong>

<strong>Violeta Coelho Neto</strong>

<strong>Lina Passalacqua</strong>

<strong>Irene Prieto</strong>

<strong>Hilde Reggiani </strong>

<strong>Elisabeth Rethberg </strong>

<strong>Bidí Sayão</strong>

 

Meio-sopranos:

<strong>Maria Benedetti</strong>

<strong>Gabriela Besanzoni Lage</strong>

<strong>Véra Eltzova</strong>

<strong>Julita Fonseca</strong>

 

Tenores:

<strong>Thomas Alcaide</strong>

<strong>Romeo Boscacci</strong>

<strong>Carlo Giusti</strong>

<strong>Jan Kiepura </strong>

<strong>Bruno Landi</strong>

<strong>Galliano Masini</strong>

<strong>Domenico Mastronardi</strong>

<strong>Ludovico Oliviero</strong>

<strong>Tito Schipa </strong>

 

Baritonos:

<strong>Armando Borgioli</strong>

<strong>Mario Brunati</strong>

<strong>Roberto Galeno</strong>

<strong>Giuseppe Manacchini</strong>

<strong>Silvio Vieira</strong>

<strong>Joaquim Villa</strong>

<strong>Roberto Weed</strong>

 

Baixos:

<strong>Joaquim Alsina</strong>

<strong>Salvatore Baccaloni</strong>

<strong>Duilio Baronti</strong>

<strong>Giacomo Vaghi</strong>

<strong>Salvatore Perotta</strong>

 

Maestro de Baile - Coreografo:

<strong>Vaslav Veltchek</strong>

 

1.ª Bailarina:

<strong>Juliana Yanakiewa</strong>

 

Bailarinos Solistas:

<strong>Kitty Bodenhein</strong>

<strong>Decio Stuart</strong>

 

<strong>Corpo de Baile do Teatro Municipal</strong>

<strong>Grande Orquestra do Teatro Municipal com 80 Professores</strong>

<strong>“Coral” Lirico do Teatro Municipal</strong>

 

<strong>Director cenotecnico: Romolo Lombardi </strong>

 

<strong>Chefe maquinista: Leo Rossetti</strong>

 

<strong>Chefe eletricistas: Jorge Moraes Conceição</strong>

 

<strong>Chefe aderista: Jorge Nader </strong>

 

<strong>Auxiliar eletricista: Amerioco Viola</strong>

 

<strong>Casa Editoras: G. Ricordi & Cia. – Heugel & Cia. – Sonzogno, Choudens e Durand.</strong>

 

[p.7]

 

<strong>Repertorio</strong>

 

Lohengrin de Wagner

Mefistofele de Boito

Turandot de Puccini

Falstaff de Verdi

Aida de Verdi

Lo Schiavo de Carlos Gomes

Carmen de Bizet

Werther de Massenet

Manon de Massenet

Cavalleria Rusticana de Mascagni

Madama Butterfly de Puccini

Andrea Chenier de Giordano

Traviata de Verdi

Iris de Mascagni

Tosca de Puccini

Rigoletto de Verdi

Orfeo de Gluck

Elixir D’Amore de Donizetti

Boheme de Puccini

Barbiere di Siviglia de Rossini 

Lucia di Lammermoor de Donizetti

[p.15, p.17, p.19 e p.24, p.26, p.28]

 

<strong>Madama Butterfly</strong> 

Argumento 

 

Primeiro Ato

Pitoresca colina perto de Nagasaki. — Uma casa japoneza com terraço e jardim. —  Ao fundo a baia coalhada de navios e a vista da cidade. — Dia explendido.

 

Pinkerton, acompanhado de Goro, examina a casa que acaba de adquirir para Madame Butterfly (a senhora mariposa), com a qual pensa contrair matrimonio naquela mesma manhã.

Goro faz a apresentação oficial dos servos: um creado, uma donzela (Susuki) e um cosinheiro.

Dai a pouco chega Sharpless, o consul compatriota de Pinkerton que bastante cansado do caminho e muito contrariado, vem soltando improperios. Pede que lhe sirvam um refresco.

Entretanto que Goro o serve, o oficial conta a seu amigo a historia daqueles amores e daquela união inverossimil.

A casa foi adquirida por novecentos e noventa e nove anos, com a faculdade de rescindir o contrato quando lhe aprouver, e do mesmo modo conta em casar-se, segundo o uso do Japão.

Goro, por ordem de Pinkerton, vae em busca da noiva.

A Sharpless lhe parece, este casamento, uma loucura, um crime; mas Pinkerton, com o copo de wysky na mão, diz-lhe que se deixe de conselhos morais e convida-o a brindar. Sharpless brinda pela familia futura do oficial, e este brinda pelo dia que se case a sério com uma bonita americana.

Chega a gueixa Butterfly, risonha e alegre, com varias amigas e companheiras. Atraz, vem a familia e os convidados á cerimonia, com o comissario imperial e o oficial do registro civil. 

Butterfly faz a apresentação de seus parentes: Pinkerton ri-se com ar de troça de todo aquele desfile, e Sharpless, no entanto, diz á parte: Ah! Se ela toma isto a sério!

Aproxima-se o momento feliz para os enamorados. Ela lhe mostra varios objetos preciosos, entre os quaes um cutelo, presente de Mikado a seu pai, com o qual teve que suicidar-se.

A geisha conta a seu noivo que renegou a religião de seus pais para abraçar a dele, seu esposo. 

Goro avisa que tudo está disposto para o casamento. A noiva sóbe ao terraço e ajoelha-se; os parentes e amigos imitam-na; Pinkerton conserva-se de pé ao lado de Butterfly, Sharpless aproxima-se do grupo e o Comissario lê solenemente o “contrato nupcial”, que depois varias testemunhas assignam.

Os creados, para festejar o enlace, distribuem algumas garrafas de “saki”, o vinho das bodas entre os filhos do sol

No meio daquela alegria, apresenta-se Bonzo (sacerdote), tio da desposada, amaldiçoando-a por ter renegado a religião de seus paes.

Os convidados separam-se da amaldiçoada, agourando-lhe um terrível castigo, e Pinkerton dá fim a esta violenta situação, obrigando todos a retirarem-se.

A gueixa chora, seu esposo consola-a, e todos os convidados se vão retirando pouco a pouco.

Chega a noite, Susuki, a sua fiel creada, reza pedindo a Deus proteção para sua ama.

Ficam sós os amantes esposos. E’ a hora suprema do misterio. 

As estrelas brilham no céu; a noite, aprazivel e serena, convida ao amor. Madame Butterfly, mais feliz que nunca, crê na sua felicidade, e Pinkerton sente a alegria do triunfo, tendo aprisionado a inocente.

 

Segundo Ato

Interior da casa de Madame Butterfly

 

São passados tres anos desde o dia do casamento.

Butterfly e a sua fiel donzela Susuki estão muito tristes. Uma medita e outra reza, Pensando ambas no meio de se livrar da miseria que as ameaça. O oficial abandonara a geisha pouco depois de casado, prometendo voltar, mas ainda não tinha voltado, e enquanto a infeliz Butterfly não perde a esperança, Susuki teme uma desgraça definitiva, pois é tradicional no Japão — assim diz a donzela — que o marido estrangeiro que abandona o pais, não volta. Apresentam-se em casa de Butterfly, Goro e Sharpless. Este traz noticias de Pinkerton, mas são tão pouco consoladoras, que não encontra meio de lhes comunicar.

Butterfly, depois de oferecer ao consul americano tabaco, opio, etc., pergunta-lhe em que época cantam na America os rouxinóes. Seu esposo prometeu voltar na primavera… mas são passados tres anos e ainda não apareceu. Goro ri-se da inocencia de Butterfly, que, mal Pinkerton se retirou, Goro lhe ofereceu alguns presentes d’outros homens.

Goro insiste nos seus oferecimentos em nome do principe Yamadori, o qual acaba de chegar no seu magnifico palanquim. 

A geisha, fiel ao amor de seu esposo, recusa. Sharpless em vista daquela cega confiança não sabe como lhe ha de dar a noticia que Pinkerton acaba de se casar legalmente com uma compatriota, e que o navio onde eles veem já se avista ao longe.

Yamadori, seguido de Goro, vai contrariado, mas sem perder a esperança de conseguir o afeto da geisha.

Sharpless, ao ver-se só com Butterfly, mostra-lhe uma carta de Pinkerton, que ela beija, por ser do homem que ela muito ama. O consul dá começo á leitura, mas é de tal forma interrompido por Butterfly, que se acha louca de alegria, que desiste de continuar, e com mil rodeios faz-lhe compreender que não deve pensar mais em Pinkerton. 

Ela sente-se desfalecer, corre depois ao interior da casa e traz seu filho nos braços, perguntando ao consul se aquele anjinho merece tambem esquecido de seu pae…

Sharpless, bastante comovido, promete interceder em favor da pobre criança e ao perguntar-lhe como se chama, respondeu Butterfly: “A dôr”; mas quando seu pae chegar se chamará “A alegria”.

O consul retira-se com os olhos cheios de lagrimas.

Susuki começa a insultar Goro por ter difamado sua ama dizendo na cidade que não se sabe de quem a creança é filho. A mãe, ofendida, pega numa faca e quer matar Goro, mas intervem Susuki que dá lugar a que o miseravel fuja da casa. Ouve-se o estampido d’um canhão.

E’ o Abraham Lincoln, o navio de guerra que chega Pinkerton.

Butterfly pega n’um binoculo, sobe ao terraço, olha e obrigando a Susuki a que faça o mesmo, esclama: 

Ve-lo, Susuki?... Mentiam todos! Já voltou!...

Louca de alegria dispõe-se a recebe-lo nos seus braços. Quer que a veja junto de seu filho, risonha e feliz…

Susuki e ela aceiam o pequeno, cobrem o chão de flôres e, centadas com a creancinha á porta de casa, esperam anciosamente a chegada do oficial. 

Cáe a noite. Ouvem-se ao longe as canções dos marinheiros. Susuki e o pequenino adormecem. A geisha permanece imovel esperando aparecer o esposo ingrato…

 

Terceiro ato

A mesma cena do ato anterior.

 

Rompe a aurora, que surpreende o grupo na mesma atitude ao terminar o ato segundo.

Susuki, a quem Madame Butterfly acorda, aconselha sua ama a que descanse um pouco, o que ela faz, levando o filho nos braços.

D’ai a pouco entram Sharpless e Pinkerton, tendo o cuidado de não fazerem barulho para que Butterfly não dê pela sua presença.

Susuki conta a Pinkerton as amarguras sofridas pelo seu abandono. A creada fixa em uma dama que passeia pelo jardim e pergunta quem é, ao saber que é a verdadeira esposa de Pinkerton e que ambos veem para levar o filho de Butterfly, levanta os braços para o céu implorando a clemencia de Deus por tanta infelicidade.

Enquanto Susuki sáe ao jardim em busca de Kate, Pinkerton, e este recorda as horas felizes ali passadas, e confessa seu crime moral que cometeu. Sharpless recorda-lhe as suas palavras que pronunciou no dia do casamento. Faltando a coragem a Pinkerton para permanecer ali, foge encarregando Sharpless a socorrer a infeliz japoneza.

Entram Susuki e Kate. Ouve-se a voz de Butterfly chamando pela donzela. Esta quer-lhe impedir a saida, mas Butterfly sáe violentamente perguntando por seu esposo. Ao ver Kate, pergunta-lhe o que deseja, Susuki faz-lhe compreender toda a triste verdade…

— Sua esposa! — exclama Butterfly com mortal angustia. Adivinha que lhe querem roubar seu filho, a indignada, diz a Kate: — Sai d’aqui a senhora!... Meu filho só entregarei a seu pae, que venha por ele…

Sáem Kate e Sharpless, deitando á infortunada geisha um olhar de compaixão. 

Butterfly diz a Susuki que feche tudo porque não quer vêr a luz do sol, e ordena-lhe que vá fazer companhia a seu filho.

Butterfly reza alguns momentos, pega no cutelo, beija religiosamente a imagem e em voz baixa lê a inscripção nele gravada: “Com honra morre quem sem honra não póde viver”.

Quando vai para se suicidar, entra o filho empurrado por Susuki que compreendeu a sua intenção. Butterfly, ao vêr seu filho, atira com o cutelo e precipita-se sobre ele beijando-o freneticamente. 

Tapa-lhe os olhos, põe-lhe uma bandeira americana nas mãos e diz-lhe que vá jogar as escondidas. Afastando-se um pouco, pega no cutelo e dá um golpe na garganta, saindo desamparadamente.

Vae-se arrastando até junto de seu filho para lhe dar um ultimo beijo, e cae moribunda. Dentro ouve-se a voz de Pinkerton que grita:

Butterfly! Butterfly! e entra rapido, seguido de Sharpless.

Ao encontra-la agonizante, acodem em seu socorro, mas já é tarde… Madame Butterfly morre deitando o ultimo olhar a seu filho. Sharpless pega a creança e beija-a repetidas vezes e Pinkerton ajoelha-se diante do cadaver daquela que tanto o amou.

 

<strong>La Bohème </strong>

<strong>Argumento</strong>

 

Ação: Paris — Ano 1830

Partitura de Puccini

Libreto de Giacosa e Illica

 

1.º Ato: Vasto e velho quarto numa agua furada.

 

    Rodolfo — poeta — á janela do quarto aprecia os telhados cobertos de neve, enquanto Marcello — pintor — dá andamento ao seu quadro “A Passagem do Mar Vermelho”. Em torno do ambiente torrido do quadro e do frio que os assola, os amigos fazem comentarios. Rodolfo então, para atenuar a temperatura, resolve desfazer-se de uma tragedia que escrevera; lança-a ao fogão e os amigos conseguem se aquecer. Chegam Schaunard — musico — e Coline — filosofo —. Estão todos reunidos quando o proprietario vem interromper a alegria reinante. Os bohemios entretanto conseguem despachal-o sem pagar os alugueis vencidos. Reconfotados pelo lunch trazido por Schaunard, este, Colline e Marcelo sahem. E’ uma encantadora visinha que vem pedir lume; a sua vela se apagára ao subir a escada.

    Rodolfo convida-a a entrar- Ella aceita; está cançada, tosse e respira a custo. Rodolfo oferece-lhe um copo de vinho, que ella bébe, reanimada ella retira-se e deixando, entretanto, a chave do quarto. Quando volta para busca-la, uma rajada de vento apaga novamente a sua vela e a do quato do Rodolfo. No escuro, quando procuram a chave as suas mãos se encontram. Rodolfo pegando-lhe a mão, então, meigamente lhe diz: “Que gelida menina”. Ella então indaga quem elle é. Rodolfo amorosamente, diz-lhe quem é e por sua vez, faz a mesma pergunta á sua visitante que responde “Mi chiamano Mimi”. 

    Os companheiros de Rodolfo, chama-no de fóra. Ele vai á janela e despacha-os, dizendo que irá depois encontra-los no café. Rodolfo já encantado por Mimi, convida-a acompanha-lo. Ela accede e o apaixonado par sae ao encontro dos amigos.

 

2.º Ato: O Café Momus, no bairro Latino.

 

    E’ noite de festa. Ha grande animação. Vendedores ambulantes anunciam suas mercadorias, estudantes, crianças e pessôas do povo, passam de um lado para outro. Rodolfo e Mimi divertem-se entre a multidão. Os fregueses do café solicitam, em altas vozes, os garçons. Reina grande alegria. 

    N’uma das mesas estão sentados Colline, Marcello e Schaunard, aos quaes se juntam, Rodolfo e Mimi. A atenção de todos é despertada por grande gritaria feita á chegada de Musetta, antigo amor de Marcello, que vem acompanhada de seu novo amante oo velho Alcindoro. Sentam-se n’uma mesa proxima. Marcello finge não ver sua antiga amante. Ela, entretanto, procura, por todos os meios, chamar a sua atenção.

    Para vencer o inferentismo de Marcella, Musetta canta a sua valsa, despertando em Marcello Recordações da vida passada.

    Para desembaraçar-se do seu companheiro, Musetta finge que o sapato está magoando o pé. Faz grande escandalo até que Alcindoro resolve leval-o ao sapateiro. Aproveitando-se da ausencia do velho, Musetta atira-se aos braços de Marcello. Todos reunidos depois de servirem-se da ceia encommendada pelo pobre velho, sáem acompanhado a banda que passa na ocasião. Quando Alcindoro volta, com um novo par de sapatos para a sua amante, encontra sómente o garçom que [lhe] apresenta a conta deixada pelos pandegos. 

 

3.º Ato: A Barreira do Inferno 

A’s portas  de Paris

 

    E’ de madrugada. Neva. O frio é intenso. Mimi aparece e pergunta ao oficial da guarda se sabe qual é o albergue que Marcello está pintando. Sendo informada, a moça manda chamar o pintor, que se surpreende por ve-la alí.

    Mimi, bondosamente acolhida pelo amigo, diz-lhe que está doente e que só deixou Rodolfo por que não podia mais aturar suas excessivas cenas de ciume. Está muito triste. Marcello comove-se e vai chamar Rodolfo. Mimi esconde-se. Rodolfo injuria Mimi.

    A pobre moça, que escuta as acusações de Rodolfo despede-se “Addio senza rancore”.

    Vendo Mimi, Rodolfo arrepende-se e tenta uma reconciliação. Musetta aparece e Marcello acusa-a de andar “friltando”. Brigam os dois, enquanto Rodolfo e Mimi, semi-reconciliados, cantam o dueto — “Addio dolce svegliare”... e enquanto Mimi persiste noi seu triste adeus e Rodolfo tenta convence-la de ficar — Musetta e Marcello, cada vez mais desentidos, discutem acaloradamante. 

 

4.º Ato: Quarto do 1.º ato

 

    Marcello, pensando em Musetta, procura inutilmente pintar uma tela. Rodolfo, disfarçando fingindo escrever, contempla um chapeuzinho que fôra de Mimi. Ha tempos que não teem noticia das companheiras e procuram esconder mutuamente as saudades que sentem. Quando pretendem se retirar, entram os outros dois companheiros, trazendo “boia”. Festejam a boa noticia, enquanto chega Musetta, que lhes vem trazer Mimi, que ela encontrou abandonada e agonizante. Deitam a moça no leito de Rodolfo. Marcello vai chamar um médico. Colline resolve vender seu velho capote, para fazer dinheiro com que possa comprar remedio para Mimi. Despede-se do capote na triste aria: — “Vecchia ziamrra” — e sai ligeiro, deixando a sós Rodolfo e Mimi, que cantam o dueto: “Sono andati?” Falam de si e resolvem esquecer as passadas maguas, prometendo-se uma união isenta de ciumes e discordias. 

    Aos poucos Mimi vai perdendo as forças e enquanto Rodolfo vai á janela fechar a cortina, ela morre. Os amigos ficam desolados e Musetta reza pela amiga.

    Quando Rodolfo, sabe que perdeu a companheira, atira-se sobre o seu corpo, gritando, desesperado: “Mimi. Mimi”.

 

[p.21 e p.22]

 

Programa 

<strong>Sexta-feira, 23 de Agosto de 1940 — A’s 21 horas</strong>

<strong>2.ª Recita de Assinatura </strong>

 

Representação da Opera em 3 atos de L. Illica e G. Giacosa

 

<strong>Madama Butterfly</strong>

 

Musica de Giacomo Puccini

 

<strong>Personagens:</strong>

 

Madama Butterfly (Cio-Cio-San) — Violeta Coelho Netto

Suzuki — Julita Fonseca

F. P. Pinkerton — Domenico Mastronardi

Sharpless, Consul dos E.U.A. — Giuseppe Manacchini

Goro, nakodo — Ludovico Oliviero

O principe Yamadori — Mario Girotti

O tio Bonzo — Salvatore Perrotta

O Comissario IMperial — Mario Girotti

Kate Pinkerton — Lina Siria

 

Parentes — Amigos — Amigas de Cio-Cio-San — Servos — A Nagasaki — Epoca atual.

_________________________

Regente: Maestro Gennaro Papi

Regisseur: Mario Girotti — Maestro do Côro: Gabriel Migliori 

 

[p.3]

 

Há as fotografias de Genaro Papi, Arturo de Angelis e Armando Belardi.

 

[p.5]

 

Há as fotografias de José Torre, Gabriel Migliori, Sisto Mechetti e Mario Girotti.

 

[p.9]

 

Há as fotografias de Matilde Arbuffi, Alayde Ferraz de Camargo, Maria de Sá Earp e Norina Greco.

 

[p.11]

 

Há as fotografias de Toshiko Hasegawa, Nanita Luz, Nika Milanov e Violeta Coelho Neto.

 

[p.13]

 

Há as fotografias de Lina Passalacqua, Irene Prieto, Hilde Reggiani, Elisabeth Rethberg, Bidú Sayão e Maria Benedetti.

 

[p.29]

 

Há as fotografias de Gabriela Besanzoni Lage, Véra Eltzova, Julita Fonseca e Thomas Alcaide. 

 

[p.31]

 

Há as fotografias de Romeo Boscacci, Carlos Giusti, Jan Kiepura e Bruno Landi.

 

[p.35]

 

Há as fotografias de Galliano Masini, Domenico Mastronardi, Ludovico Oliviero e Tito Schipa.

 

[p.37]

 

Há as fotografias de Armando Borgioli, Mario Brunati, Roberto Galeno, Giuseppe Manacchini, Silvio Vieira e Joaquim Villa. 

 

[p.39]

 

Há as fotografias de Roberto Weed, Joaquim Alsina e Salvatore Baccaloni.

 

[p.41]

 

Há as fotografias de Duilio Baronti, Salvatore Perrotta, Giacomo Vaghi, Kitty Bodenhein, Decio Stuart e Juliana Yanakiewa.

 

[Há publicidade em todas as páginas]

 

[p.33] 

 

[Há uma lista de assinantes 1940]

 

Resumo:
Programa de 42 páginas da ópera Madama Butterfly de Giacomo Puccini. Espetáculo ocorrido no dia 23 de Agosto de 1940 às 21h, sob a regência de Gennaro Papi. Há uma sinopse da ópera La Bohème de Giacomo Puccini.
Descrição Fisica:
[Capa] [Há uma ilustração, ao fundo do letreiro, de uma harpa verda no meio de dois coqueiros e abaixo há um esboço com contornos em branco de um teatro por fora, e suas luzes internas acesas.] Teatro Municipal Temporada Lirica Oficial 1940 Programa Oficial [Ao lado direito inferior há o nome do autor da ilustração de capa] Nelson Nobrega [Há um manuscrito na parte inferior: “28/08”] [Contracapa] Uma Ilha de lenda! Um casino de sonho! Terraços sobre o mar! [Há uma fotografia no centro em que se é possível identificar a Ilha Porchat e as orlas de Itararé e da Praia dos Milionários.] E, em desfile de assombro, para encanto do seu espírito de escol, os maiores artistas do mundo assam, no palco de um maravilhoso grill-room, irradiando alegria, beleza, ritmo, harmonia? Eis, em síntese, o que é deslumbrante Casino São VIcente “O Casino da Ilha Encantada” [Na parte superior esquerda há um manuscrito: “04001”]

Copyright 2022 © Complexo Theatro Municipal de São Paulo - Todos os direitos reservados
in web Acesso online à coleção Sistemas do Futuro