Assis Pacheco
Armando de Assis Pacheco, natural da cidade de Itu, SP, nasceu no dia 5 de outubro de 1914, começou seus estudos na Escola de Belas Artes. Em 1939, aos 24 anos de idade ingressou no curso de canto do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, foi aluno do Maestro Francisco Murino. Ainda em São Paulo, prestou concurso organizado pela Prefeitura Municipal para Madrigalista do Coral Paulistano, ali ingressando e tornando-se um de seus fundadores. Participou como solista em concertos sinfônico-corais nas peças "Missa de Réquiem" de G. Verdi, Stabat Mater, de G. Rossini, “Nona sinfonia”, de Beethoven, Paixão de S. João” segundo Bach, etc, após ser convidado pelo Departamento de Cultura de São Paulo. Nesse gênero, cantou óperas em versões francesas, italiana, alemã, latina e iídiche, tendo a oportunidade de apresentar-se, além dos principais teatros do Brasil, nos Jardins Bellini” de Catania, Itália e no Berkshire Music Center”em Tanglewood EUA. Sua primeira ópera foi "La Boheme", apresentada no Teatro Santana de São Paulo, em 1938, no papel de Rodolfo de La Boheme, de G. Puccini. O que possibilitou atuações como primeiro tenor nos principais teatros do Brasil, Argentina, Uruguai, Itália, Colômbia e Venezuela. Além de um repertório operístico extenso nos gêneros italiano, francês e alemão, das românticas às mais dramáticas, foi o criador de diversos personagens de óperas brasileiras como o Alemão de “Pedro Malazarte”, de C. Guarnieri; Conde Makian, de Izath, o Corisco e “A menina e as Nuvens”, de H. Villa-Lobos e o João Grilo de “A Compadecida”, de J. Siqueira, sempre a convite de seus respectivos autores. Foi também o protagonista da ópera “Zélia”, de E. Neglia, em estreia mundial na Itália. Foi premiado com a medalha de ouro de melhor cantor no ano de 1952 por suas atuações em “Aida” de Verdi e “Andrea Chenier” de Giordano. Em 1960 recebeu diploma e prêmio em dinheiro, concedidos pela Secretaria de Educação e Cultura pelas atuações em “Il Guarany” de C. Gomes e “Otello” de G. Verdi, destacando-se pelo fato de Otello ter sido pela primeira vez cantada por um tenor brasileiro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Assis Pacheco, além de cantor lírico, era pintor, podendo unir ambas formações ao participar como figurinista, cenógrafo e “regisseur”, recebendo críticas positivas, que lhe rendeu vários contratos nessas especialidades. Também é considerado um dos melhores retratistas do Brasil, recebendo nos “Salões Paulistas de Belas Artes”, menções honrosas e medalhas de ouro. Destaques que lhe renderam diversos elogios devido a sua versatilidade artística. Foi professor de “arte teatral” da Escola de Canto Carmen Gomes do Theatro Municipal, após ser nomeado pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, tendo também sido designado para o cargo de diretor da mesma escola, tendo ocupado o cargo entre os anos de 1962 e 1963. Em 1967, a ópera “Peter Grimes”, de B. Britten, foi cantada pela primeira vez no Brasil, com a presença de seu autor e Assis Pacheco, dotado de grande versatilidade, foi escolhido como protagonista da ópera. Dirigiu o TBO (Teatro Brasileiro de Ópera), organização promotora de espetáculos de ópera, cujas realizações já foram alvo da admiração do público do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Niterói, Juiz de Fora e outras cidades brasileiras. Em 1971, foi à Itália protagonizar “II Guarany", de Carlos Gomes, no Teatro San Carlo di Napoli, em comemoração ao centenário dessa ópera. Assis Pacheco é recordista de apresentações como o protagonista da ópera no papel de Pery no século XX . Em 1997, Plácido Domingo fez elogiosas referências a Assis Pacheco, tendo-o considerado um dos mais completos cantores líricos deste século. Sua última aparição nos palcos, em ópera, foi em 1985, aos setenta anos, interpretando Mario Cavaradossi, da ópera “Tosca”, de G. Puccini, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Viveu no Rio de Janeiro, cidade que o acolheu na sua trajetória artística, em companhia de sua mulher, a soprano Marisa Mariz. Faleceu em 10 de maio de 2005, no Rio de Janeiro, aos 90 anos. Referência bibliográfica: Programa do Tributo a Assis Pacheco - Concerto Lírico, apresentado em 10 de outubro de 1994 no Theatro Municipal de São Paulo. Série: Programas de Espetáculos e Eventos do Theatro Municipal de São Paulo. Coleção: Doação Assis Pacheco. Central Técnica de Produções Artísticas Chico Giacchieri - Complexo Theatro Municipal de São Paulo.

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