Giovanni Ratto
Giovanni Ratto, conhecido mundialmente como Gianni Ratto, nasceu da cidade de Milão, Itália. Desde cedo mostrou-se interessado na área artística. Quando adolescente foi morar em Gênova e lá conheceu o ator e cenógrafo Gordon Craig e naquele momento, se interessou mais pela cenografia. Estudou Artes Plásticas no Liceu Artístico de Gênova e lá participou de mostras de pintura, colaborou com arquitetos e decoradores em exposições nacionais e internacionais. Estudou também no Centro Experimental de Cinematografia o curso de Direção de Cinema. Estreou como cenógrafo após a Segunda Grande Guerra, pois foi convocado pelo exército italiano durante o conflito. A primeira montagem foi a peça O Luto Convém a Eletra, de Eugene O❜Neill. Fundou o Piccolo Teatro de Milão, juntamente com Giorgio Strehler e Paolo Grassi. Participou a fundação do Teatro Stabile de Gênova, realizou cenografia de montagens para o Teatro Scala de Milão. Gianni Ratto conheceu a maioria dos grandes teatros líricos italianos e trabalhou com personalidades célebres, como o regente Herbert Von Karajan, a soprano lírica Maria Callas, o compositor Igor Stravinski e o maestro Arturo Toscanini. Curiosamente, durante toda a sua carreira na Itália onde realizou mais de 50 montagens, jamais dirigiu um espetáculo. No Brasil, já conhecido pela sua carreira, realizou montagens como diretor e cenógrafo em diversas casas de teatro. Sendo a primeira experiência como diretor no Teatro Maria Della Costa com a peça O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh, montagem esta que ganhou o Prêmio Saci de melhor espetáculo, direção, cenografia e atriz. Atuou como cenógrafo e diretor em montagens no Teatro Popular de Arte (TPA), Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Ajudou a fundar o Centro Culutral Teatro Novo. Durante o período da Ditadura Militar, atuou com o Grupo Opinião e dirigiu peças como: Se Correr o Bicho Pega, se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar (1966) e Dura Lex, Sed Lex, no Cabelo só Gumex, de Oduvaldo Vianna Filho (1968). Foi diretor artístico da Fundação de Teatro do Rio de Janeiro (FUNTERJ) no período de restauração do Teatro Municipal da cidade, onde dirigiu e realizou os cenários e os figurinos de diversas óperas e balés, como Il Dibuk, de Lodovico Rocca (1962); A Flauta Mágica, de Mozart (1982) e O Barbeiro de Sevilha, de Rossini (1983); O Descobrimento do Brasil, de Villa-Lobos (1960); e Coppelia, de Delibes (1973). Atuou no Cinema e na TV, como ator, diretor de arte e cenógrafo em várias produções, como as seguintes: A Mochila do Mascate – Gianni Ratto, de Gabriela Greeb, que dividiu o roteiro com Antonia Ratto, filha de Gianni, que foi o narrador do filme (2006); Por trás do Pano, de Luiz Villaça (1999); e Sábado, de Ugo Giorgetti (1995), no qual interpretou o cadáver de um velho nazista, encontrado no sótão de um prédio decadente de São Paulo. Em 2003, devido a sua contribuição ao Teatro Brasileiro, recebeu o Prêmio Shell. Integrante da primeira geração de encenadores no Brasil, colaborou para o surgimento de uma geração de encenadores brasileiros. Reverenciado por seus talentos múltiplos, Gianni Ratto revelou também o seu lado de escritor ao publicar quatro livros: A Mochila do Mascate; Antitratado de Cenografia; Crônicas Improváveis; Hipocritando. Referência: JUNQUEIRA, Christine. Biografia de Gianni Ratto. Gianni Ratto: um artista de talento múltiplo. 2006. Disponível em: https://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/cenario-e-figurino/biografia-de-gianni-ratto/. Acesso em: 05 dez. 2023. GIANNI Ratto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa207350/gianni-ratto. Acesso em: 05 de fevereiro de 2024. Verbete da Enciclopédia.
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